Que tal conhecer um pouco a história do chá na Inglaterra?
Dona Catarina Henriqueta de Portugal casa-se com o
Rei Carlos II da Inglaterra. Não foi uma rainha popular na Inglaterra por não
ter descendência e por ser católica, o que a impediu de ser coroada , mas uma
infanta nascida e criada no seio de uma família real ilustre, culta; educada
nos costumes e hábitos tradicionais portugueses, não podia deixar de ter uma
influência indelével na nação que, apesar de tudo, a não acolhera. Assim, entre
muitos hábitos e práticas que levou, ficará, para sempre, como a responsável
pela introdução do chá em Inglaterra.
Natural da China, o chá foi introduzido na Europa
pelos portugueses no século XVI. Assim, esse foi um hábito que Dona Catarina
levou de casa e que continuou a seguir na Inglaterra, organizando reuniões de
senhoras a meio da tarde na qual se bebericava a famosa e reconfortante bebida.
O hábito de beber chá já existiria, num período em
que a Companhia das Índias Orientais o vendia abaixo do
preço comercializado pelos Holandeses e o anunciava como uma panaceia para a
apoplexia, epilepsia, catarro, cólica, tuberculose, tonturas, pedra, letargia,
enxaquecas e vertigem – um verdadeiro cura tudo e mais alguma coisa - mas foi
Dona Catarina de Bragança que o transformou na “instituição” que os ingleses
hoje conhecem por “Chá das Cinco”, o tão famoso quanto imprescindível “five
o’clock tea“.
Além do chá, Dona Catarina de Bragança deixou,
também, o costume do consumo da geleia de laranja. A compota de laranja que os
ingleses designam de “marmelade”, usando, erroneamente, o termo português
marmelada, foi levada pela Infanta portuguesa que recebia regularmente as
remessas de cestas de laranjas enviadas pela mãe, algumas das quais azedavam na
viagem. Dona Catarina conservara o costume português de fazer compotas e,
curiosamente, a Rainha da Inglaterra servia a sua vingançazinha ao guardar a
compota de laranjas doces para si e para as suas damas de companhia e amigas e
a de laranjas amargas para as inimigas, particularmente, para as concubinas
reais.
Mas a revolução cultural que Dona Catarina operou
na Corte inglesa não ficou por aqui. Também lá introduziu o uso dos talheres –
pois antes disso os ingleses, mesmo a realeza e a aristocracia mais fina,
comiam com as mãos, levando os alimentos à boca com três dedos (polegar,
indicador e médio) da mão direita. Apesar de o garfo já ser conhecido, só era
usado para trinchar ou servir, ora na Corte Portuguesa, que à época ditava o
bem ser, Catarina estava habituada a utilizá-lo para levar os alimentos à boca
e, em breve, todos começaram a seguir o exemplo da rainha em Inglaterra.
Também
foi Dona Catarina a introduzir o tabaco em Terras de Sua Majestade e em breve
todos os ingleses passaram a andar de caixinha de rapé no bolso do colete.
Há já muito tempo que, em Portugal, se utilizavam
pratos de porcelana para comer, diferentemente da Inglaterra, onde a realeza
comia em pratos de ouro ou de prata, muito menos higiénico. Como a Infanta de
Portugal utilizava ‘fine china”, a partir de aí, o uso de louça de porcelana
generalizou-se, também, por lá.
Era hábito na Corte portuguesa os saraus em que se
ouvia ópera. Como Dona Cataraina levara no seu séquito uma orquestra de músicos
portugueses, foi por sua mão que se
ouviu a primeira ópera em Inglaterra, legando dessa forma mais uma importante
herança cultural.
Bravo, Dona Catarina, pelo enorme legado que deixou aos ingleses!
Fonte: https://plataformacidadaniamonarquica.wordpress.com/2015/04/01/d-catarina-de-braganca-o-cha-das-cinco-e-muito-mais/
E lá vamos nós em julho... Fancy a cuppa?
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